sábado, 12 de outubro de 2013

Jerusalem e Tel Aviv

Infelizmente chegou ao fim minha passagem pelo Oriente Médio!
Nos últimos dois dias estive em Haifa para buscar minha tralhas, e em Amman para meu vôo para Mumbai da India, de onde escrevo este post! Como não há muito a acrescentar sobre esses dois lugares, pois estive anteriormente neles, vou focar em dois lugares muito bacanas na passagem por Israel/Palestina, mas completamente diferentes: Jerusalém e Tel Aviv!

Primeiro estive por 4 dias em Jerusalém, e o que posso dizer é que esta cidade está no seleto hall das cidades onde se respira história, e tem uma beleza encantadora que faz deste lugar único na terra. 
Jerusalem é hoje a maior cidade do Estado de Israel e considerado a capital do país, porém isto não é reconhecido pelas Nações Unidas, que determinou que Israel reconhecesse a cidade de Tel Aviv como sua capital. Esta decisão do Estado Judeu deve-se a uma decisão estratégica para consolidação do Estado israelense e é defendida por questões religiosas que aconteceram bem antes da criação deste Estado.
A cidade hoje se divide basicamente em três partes: a Jerusalem Ocidental, Jerusalém Oriental e a cidade antiga (old city.
A parte ocidental é onde está consolidada o Estado de Israel. Uma área extremamente moderna, e agitada, com excelente bares, restaurantes e hotéis. Nesta área também se encontra o  Mercado Mahaneh Yehuda, ótimo local para comer tanto de dia como de noite, e também para uma boa cerveja.

Na Jerusalém Oriental é onde se encontra a maior parcela da população palestina da região. Segundo resolução da ONU quando o Estado de Israel foi criado a cidade deveria ser dividida na parte Oriental para os Palestinos, na parte Ocidental para os Judeus e a cidade antiga sobre controle internacional. Porém isto nunca aconteceu, o Estado de Israel tomou ao longo dos anos posse de toda a cidade, e hoje acontece o que os muçulmanos chamam de Apartheid Judeu. Foi construído um muro que isola o local onde vivem os Palestinos, e este tem acesso restrito a alguns lugares da cidade. É possível ir até o muro, mas não entrar, e judeus não freqüentam a ala muçulmana e vice versa! Esta parte de Jerusalém é realmente triste!
        Muro separando a área Palestina
  Bandeira de Israel em Jerusalém Oriental

Por fim o local mais turístico da cidade, onde se vê bandeiras Israelenses e Palestinas, e Mulçumanos e Judeus se cruzando, é onde está o berço de toda a confusão.
A velha cidade, cercada por muros antigos, é dividida em quatro bairros (está divisão existe bem antes da criação de Israel): o bairro Judeu, o bairro Mulçumano, o bairro Cristão e o bairro Armênio.
A história desta cidade começa 3300 anos antes de Cristo! O local era ocupado pelos "Canaanite" e controlada pelo Rei Salomão. Este se casou com a rainha etíope Sheba e fugiu para a Etiópia quando chegaram ali os primeiros judeus.
Apenas para registro, na Etiópia, foi criado a cidade de Lalibella, conhecida como a nova Jerusalém. Visitei uma igreja etíope em Jerusalém para saber um pouco desta história, pois ela está diretamente relacionada ao movimento Rastafari, aquele mesmo do jamaicano Bob Marley. Infelizmente, ninguém falava inglês no local, e deixarei para pesquisar a respeito quando estiver na Etiópia!

Voltando a história de Israel, após a expulsão do Rei Salomão, os Judeus chegaram ao local guiados pelo Rei David, que segundo interpretação Judaica, chamou aquele local de Israel, a terra prometida aos Judeus e onde deveria estabelecer um Estado Judeu, com Jerusalém como sua capital.
Depois deste período os Judeus foram expulsos e a cidade foi dominado pelos babilônios. Entre 586 A.C e 63 A.C passaram por lá além dos Babilônios, os Persas, e os Helenistas. 
Entre 63 A.C e 324 D.C é que os Cristãos entram nesta história, quando o império Romano domina o local, e obviamente quando se dá o nascimento de Jesus Cristo.
             Igreja do Santo Sepulcro
                        Via Dolorosa
Após os romanos, o império Bizantino tomou o local e depois começa o período Mulçumano, período sangrento onde Cristãos e Judeus foram caçados e seus lugares sagrados destruídos.

Devido a destruição dos locais Cristãos iniciou-se então o período das cruzadas, em que a cidade foi retomada.
Em 1260 D.C o local foi dominado pelos mamelucos, e em 1517 D.C. pelo império Ottomano, que permitiu a volta dos Judeus, que aos poucos passaram a migrar para a região e conviver junto aos Muçulmanos, dando início ao movimento sionista.
Em 1917 o governo Britânico assumiu o controle do local, assim como de quase toda a região (do Egito, Israel, Jordânia, até o Paquistão, Índia, China e Sudoeste Asiático), devido a vitória dos aliados na primeira guerra mundial).

Por fim, o caos que se instalou nessa região ocorre justamente no período britânico. Com o início da segunda guerra, e o Holocausto se espalhando pela Europa, sobre o comando de Hittler, intensificou o movimento sionista, e milhares de judeus migraram para o Estado prometido. Ao fim da guerra, depois de tudo sofrido pelos judeus durante a guerra, a influência que os mesmos tinham e tem até hoje nos Estados Unidos ($$$$), e a vontade de vários países europeus que não viam com bons olhos a presença judaíca na região, houve uma enorme pressão para criação de um Estado Judeu. Foi oferecido na época um território na América do Sul, outro na África e outro onde atualmente é o Estado de Israel.
Tirando o fato da questão religiosas, de que ali já haviam milhares de judeus para consolidar um país, e da posição geográfica estratégica do país, não havia grandes motivos para esta escolha já que o país basicamente não tinha nada! Pouca água, terras inférteis (deserto), zero petróleo, mas uma cidade com um potencial turístico enorme, e que gera muitas riquezas hoje, e por isso acredito que briguem tanto para controla-lá.

A Inglaterra então, se vendo numa sinuca de bico, simplesmente saiu de lá e deixou que judeus e muçulmanos, lutassem literalmente pela região. Os judeus criaram os movimentos gorilas, para defender suas terras, e com o apoio dos EUA conseguiram em menos de 50 se tornar a quarta maior força armada do mundo, enquanto o Estado Palestino sucumbiu diante da falta de apoio da Liga Árabe.

Jerusalem hoje se encontra completamente tomada por Israel e casos de terrorismos se tornaram infreqüentes nos últimos três anos.
Os judeus alegam que ali está os retos de seu lugar mais sagrado o "Western Wall" ou muro das lamentações, e também a pedra fundamental para o povo judaico, que curiosamente é a mesma pedra fundamental dos muçulmanos. A mesma se encontra na mesquita Dome of Rock, terceiro lugar mais sagrado para os Mulçumanos. Cristãos e Armenos ainda vivem e peregrinam na região e não se envolvem na questão.

A confusão como viram é enorme, porém a beleza deste lugar e energia que passa é algo imperdível, e todo bom viajante tem que um dia passar por lá! Fica minha recomendação!
Segue abaixo algumas fotos doa locais sagrados de judeus e muçulmanos!
                  Muro das Lamentações 
     Muros que cercam a velha Jerusalém 
                       Dome of Rock

Já Tel Aviv é exatamente o oposto de Jerusalém! Uma cidade jovem, moderna, com uma excelente praia, vida noturna agitada! É conhecida como a Miami do Mediterrâneo, ótimo para descansar e curtir uma farra!
Um local bacana em Tel Aviv é o Karmel Market, um mercado agitado e com muita comida boa!

Sobre hospedagens para deixar registrado, em Jerusalém fiquei no Citadel Hostel, que é bem barato e dentro da cidade velha, mas é péssimo hostel, o pior da viagem kkk
Em Tel Aviv fiquei no Mungraby hostel, apesar de vazio o hostel pelo preço vale a pena, não é nenhuma Brastemp, mas o gerente é bem gente fina, e a localização é ótima, do lado da praia.

Vale ainda registrar no meu última dia em Amman fiquei no Cliff Hostel. Uma opção bem honesta, bem barata, boa localização, gerente bem amigável e quarto razoável, só o banheiro que é ruim.

Fechando sobre a passagem no Oriente Médio posso dizer que superou minhas expectativas. Israel e Jordânia, apesar das diferenças são ambos muito bons. A Jordânia tem um pouco menos de infra-estrutura, mas ambos possuem boas opções de turismo, boas empresas no ramo, excelente comida, muitaaaa segurança (Quem tem medo de ir a Israel, precisa mudar urgente do Brasil, porque ai sim é perigoso). Inclusive me surpreendeu muitas mulheres viajando sozinho e todas relataram enorme tranqüilidade na viagem. Porém ambos os países são muito caros! A moeda da Jordânia vale mais do que a Libra, e em Israel é preço e padrão europeu em todos os serviços. No geral para os que tem vontade recomendo de olhos fechados os dois locais. Sobre outros países da região devido a situação complicada na Síria e no Egito fica difícil de falar, mas pelo que escutei aqui o pessoal fala bem do Egito e todos são unânimes quando o assunto é o Líbano! Para os Mulçumanos, o melhor país da região! 
Sobre a relação com o pessoal local achei super tranquilo, tanto judeus como muçulmanos tem os mais radicais e como em qualquer lugar é importante respeitar os limites culturais de cada um, mas nos dois países o pessoal é bastante brincalhão e te dão liberdade de perguntar sobre religião, guerra, etc.

Fecho este post com algumas fotos do meu último dia em Haifa celebrando com os amigos que ali fiz! Agora o desafio é a Índia, e que desafio! O primeiro dia aqui já me mostrou que estou em "outro mundo"! Em breve trarei notícias daqui!












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